Rés negras, juízes brancos: uma análise da interseccionalidade de gênero, raça e classe na produção da punição em uma prisão paulistana
DOI:
https://doi.org/10.18046/recs.i21.2218Palavras-chave:
Gênero, Raça, Justiça penal, Interseccionalidade,Resumo
Este artigo tem como objetivo oferecer uma análise interseccional dos atributos de gênero, raça e classe na distribuição da punição, no sistema criminal paulista. Para tanto foram analisadas sentenças judiciais e entrevistas com mulheres negras encarceradas, no ano de 2015. O trabalho sugere que o sistema de justiça penal funciona como instrumento de dominação racial, pois é na sua administração que se manifesta de forma explícita a intersecção dos eixos de vulnerabilidade –delineados por raça, classe e gênero– na produção de categorias de indivíduos puníveis.
Downloads
Referências
ALVES, D. (2015). «Rés negras, Judiciário branco: uma análise da interseccionalidade de gênero, raça e classe na produção da punição em uma prisão paulistana». Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais. São Paulo, Universidade Pontifícia Católica de São Paulo.
ALVES, J Y ALVES, D. (2015). «Drugs and drug control and Brasl».In Anita Kalunta-Crumpton, Pan--African Issues in Drugs and Drug Control: An International Perspective. London: Assage Editora.
ALVES, J. (2014). «On mules and bodies: black captivities in the Brazilian racial democracy». Critical Sociology, OnlineFirst, pp. 1-20.
BATISTA, N. (2002). «Matrizes ibéricas do sistema penal brasileiro». Coleção Pensamento Criminológico, V. 1. n. 5, Rio de Janeiro, Revan.
BRASIL. (2007). «Retratos da desigualdade: gênero e raça». Brasília, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA/PNAD. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/primeiraedicao.pdf. Acesso em: 25 jun. 2014.
BRASIL. (2013). «Censo do Poder Judiciário: Vetores Iniciais e dados estatísticos». Conselho Nacional de Justiça - Brasília: CNJ.
BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. (2010/2015). Departamento Penitenciário Nacional. Brasília,
DEPEN. Disponível em: http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJC4D50EDBPTBRIE.htm. Acesso em: 12 maio 2016.
BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. (2016). «Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial». Disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/- -conv¬_int_eliminação_disc_racial.htm. Acesso em: 19 abr. 2014.
BRAUNSTEIN, H. R. (2007). «Mulher encarcerada: trajetória entre a indignação e o sofrimento por atos de humilhação e violência». Dissertação de Mestrado em Educação. São Paulo, Universidade de São Paulo.
CARNEIRO, S. (1995). «Gênero, raça e ascensão social». Estudos Feministas, v. 3, n. 2, ano 3, pp. 544-552.
CERNEKA, H. A. (2009). «Homens que menstruam: considerações acerca do sistema prisional às especificidades da mulher». Veredas do Direito, v. 6, n. 11, pp. 61-78.
CERNEKA, H. A. (2010). «Encarceramento em massa: lembrando que a massa tem nomes, famílias e histórias». Revista PUC Viva, v. 39. São Paulo.
CERNEKA, H. A. (2013). «Presos e presas provisórios: Relato de pesquisa e intervenção jurídica realizada em dois presídios de São Paulo em 2010 e 2011. Tecer justiça, São Paulo.
CIRINO, J. (2006). «A criminologia Radical». Curitiba, Lumen Juris.
COLLINS, P. H. (2000). «Black feminist thought: knowledge, consciousness, and politics of empowerment». New York, Routledge.
CRENCHAW, K. (1995). «Mapping the margins: Intersectionality, Identity, Politics, and Violence against Women of Color». Critical Race Theory, New York, The New Press.
DAVIS, A. (2003). «Are Prison Obsolete»? New York, Open Media/Seven Stories Press.
DAVIS, A. (2009). «A democracia da abolição: para além do império das prisões e da tortura». Rio de Janeiro, DIFEL.
FANON, F. (1967). Black Skin, White Masks. Originally published in 1952, translated by Charles Lam Markmann. New York: Grove Press.
FOUCAULT, M. Verdade e Poder. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 2004.
FOUCAULT, M. (1987). «Vigiar e punir: nascimento da prisão». Petrópolis, Vozes.
FREIRE, P (1996). «Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa». São Paulo, Paz e Terra.
GONZALEZ, L. (1983). «Racismo e sexismo na cultura brasileira». Revista Ciências Sociais hoje, n. 2, pp. 223-244.
GROSFOGUEL, R. (2007). «Dilemas dos estudos étnicos norte-americanos: multiculturalismo identitário, colonização disciplinar e epistemologias descoloniais». Ciência e cultura, v. 59, n. 2, pp. 32-35.
HALE, C. (2001). «What is activist research?». Social Science Research Council: Items & Issues, v. 2, n. 1-2, pp. 13-15.
IBCCRIM - INSTITUTO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS CRIMINAIS. (2003). «Mulheres negras: as mais punidas nos crimes de roubo». Boletim IBCCRIM, n. 125, pp. 1-4.
ONU. (2016). Relatório mundial 2015: Brasil. «Condições das prisões, torturas e maus-tratos a detentos». Disponível em: https://www.hrw.org/pt/world-report/2015/country-chapters/268103#3ea- 6cd. Acesso em: 26 jun. 2014.
PASSETI, E. (2006). «Ensaio sobre um abolicionismo penal». Verve, v. 9, pp. 83-114.
PEREIRA, B. P. (2011). «De escravas a empregadas domésticas - A dimensão social e o “lugar” das mulheres negras no pós- abolição». In: XXVI SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA ANPUH: 50 anos, São Paulo. Anais do XXVI simpósio nacional da ANPUH - Associação Nacional de História.
PRADO, A. C. (2003). «Cela forte mulher». São Paulo, Labortexto Editorial.
SADENBERG, C. M. B. (2002). «Da crítica feminista à Ciência a uma Ciência Feminista?» (org). Feminismo, Ciência e Tecnologia. Salvador, NEIM-UFBA/REDOR, pp. 89-120.
SEGATO, R. (2007). «El color de la cárcel en América Latina: apuntes sobre la colonialidad de la justicia en un continente em desconstrucción». Revista Nueva Sociedad, n. 208, pp. 142-161.
SUDBURY, J. (2005). «Global Lockdown: Race, Gender, and the Prison-Industrial Complex». New York, Routledge.
WACQUANT, L. (2001). «As prisões da miséria». Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
VARGAS, J. C. (2008). Activist scholarship: limits and possibilities in times of black genocide. In engaging contradictions: theory, politics and methods of activist scholarship. Berkeley: University of California Press.
ZAFFARONNI, R.; BATISTA, N.; SLOKAR, A. W. (2003). «Direito Penal Brasileiro», Teoria Geral do Direito Penal. V.1, Rio de Janeiro, Revan.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Dina Alves
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
© Direitos autorais reservados
O material desta publicação pode ser reproduzido sem autorização, desde que o título, o autor e a fonte institucional sejam citados.